Dr. Rodrigo de Moura – Reumatologista

Você recebeu o resultado de um exame com o termo “FAN positivo” e, ao procurar na internet, se deparou com termos como lúpus, doenças autoimunes ou reumatismo? Essa reação é muito comum — e também é o momento ideal para entender o que realmente significa esse achado laboratorial.

O FAN (Fator Antinuclear) é um exame utilizado para detectar a presença de autoanticorpos — substâncias que o sistema imunológico produz contra estruturas do próprio organismo. Ele não é uma sentença de diagnóstico por si só, mas pode estar associado a doenças autoimunes como lúpus eritematoso sistêmico, artrite idiopática juvenil, esclerodermia, síndrome de Sjögren, entre outras.

É importante saber que algumas pessoas saudáveis podem apresentar FAN positivo, especialmente em títulos baixos. No entanto, quando o resultado vem acompanhado de sintomas como cansaço excessivo, dores articulares, queda de cabelo, manchas na pele ou febre persistente, é essencial buscar uma avaliação especializada. Muitas vezes, o FAN é apenas o primeiro sinal de que algo precisa ser investigado com mais profundidade.

O médico reumatologista é o profissional indicado para interpretar esse exame dentro do contexto clínico. Ele pode solicitar exames complementares e, se necessário, iniciar o acompanhamento para prevenir o avanço de uma possível doença autoimune. O tratamento pode incluir imunomoduladores, anti-inflamatórios, modificadores de doença ou apenas acompanhamento clínico periódico, dependendo de cada caso.

Ignorar um FAN positivo associado a sintomas pode trazer consequências como o agravamento de inflamações, prejuízo em órgãos como rins, pulmões ou articulações e impacto significativo na qualidade de vida. Por outro lado, quando identificado e tratado no início, muitas dessas doenças têm bom controle, permitindo ao paciente manter uma rotina ativa e saudável.

👉 Se você teve um exame FAN positivo, especialmente se apresenta algum sintoma, agende uma avaliação com um reumatologista. Investigar agora pode evitar complicações no futuro. Sua saúde merece esse cuidado.

Referências: 

1 – Locatelli-Cezar J.P. et al. “O teste do Fator Antinúcleo (FAN) na prática clínica: quando solicitar e como interpretar”, BVS Saúde (2018)

2 – “Fator antinuclear: do valor diagnóstico ao valor preditivo”, Revista Brasileira de Reumatologia (SciELO)

3 – Sociedade Brasileira de Reumatologia: conteúdos sobre lúpus e FAN positivo

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